viernes, 28 de septiembre de 2007

"Lar", doce "lar"...

Finalmente estamos devidamente instalados no nosso apartamento definitivo. Apesar da tranquilidade de agora ter um canto pra "aquecer nossos ossos" até o fim da viagem, a sensação de "problema resolvido" é uma beleza. O apartamento tá muito bem conservado (ou muito bem reformado). Pintura, piso, móveis e camas em excelente estado, parecem até novos (alguns realmente são). Faltam algumas coisas ainda, mas a proprietária prometeu resolver uma boa parte. Falando nela, a proprietária é boa gente. Ela cumpriu tudo (e algo mais) do que foi estabelecido antes de assinarmos o contrato. Isso é bom... quem sabe ela aceita com bom o humor o fato do Ivan ter quebrado a ducha e o Ernesto a cortina.

A vizinhança é bem no estilo "residencial". Tem supermercado, mercado de frutas e verduras, farmácia, açougue (o orçamento não permite, mas tem), clínica odontológica, vários "Kebab's", uma loja de móveis e a linha de metro passa ao lado. Tem uma pixação na linha do metro com uma declaração de amor... Nem é importante isso, mas resolvi contar por que o limite de caracteres do post é grande.

Um dia eu posto fotos do apartamento "novo" e do "antigo".

Agradeço os elogios ao blog. Muitas pessoas falaram bem dele, mas poucos comentaram... paradoxal, não?

Observações:

- Os valencianos, assim como eu, não gostaram do final de Paraíso Tropical. Renan Calheiros me decepciona...

- Os valencianos só assistem filmes dublados em espanhol. Por um lado é chato assistir o filme na lingua "não-original", por outro foi bem legal ouvir "Mi nombre és José Pequeño!" quando colocaram "Cidade de Deus" na Casa do Aluno (falarei sobre ela um dia).

- Nos créditos de "Cidade de Deus" tocou um sambinha e alguns valencianos e valencianas arriscaram dançar... Bizarro.

- Por algum motivo o volume impresso em latas e garrafas é em centilitros ("cl").

- Por algum motivo aqui só vende papel higiênico em pacotes de 6 ou mais. Achar pacotes com menos do que isso é bem difícil...

- O "Arroz Negro" é muito bom. Pra quem quiser tentar preparar (ou mandar pra Ana Maria Braga), aí vai a receita: arroz (duh!), sépia (uma espécie de calamar), tinta de sépia, camarão (veio 1 no meu), mexilhão (vieram 2 no meu), ervilhas e pimentão. Não sei se tem tinta de sépia pra vender em Fortaleza. Pode ser que tinta "guache" resolva.

- O governo espanhol aprovou uma lei (um tanto PTista) para ajudar financeiramente as mães solteiras (uma espécie de Bolsa Meia-Família). O que deve ter de gente cancelando casamento por aqui...

martes, 25 de septiembre de 2007

Primeiras observações...

Primeiro as noticias... Sexta, dia 28, eu me mudo pro apartamento definitivo. Não é a localização ideal mas já tá muito bom; é muito perto da estação da linha de metro que passa pela UPV e a vizinhança tem supermercado, mercado de frutas e verduras. Lá tem internet predial, então logo logo ficarei mais acessível.

Faz praticamente duas semanas que estou em Valencia e já pude observar várias coisas interessantes. Primeiramente, estou tendo menos problema a me adaptar ao espanhol do que eu pensei. Consigo me comunicar sem muito esforço (longe do perfeito, entretanto) e consigo entender uma boa parte do que os professores dizem. E ainda vou fazer uma disciplina de espanhol aqui, então, nesse quesito, eu vejo progresso.

Sobre as aulas, o esquema é bem organizado. Professor chega o pessoa entra na sala, senta e cala a boca. Professor dá aula e no meio da aula dá um intervalo de uns 5-10 minutos. Quando o professor volta do intervalo e entra na sala, todo mundo entra também, senta e cala a boca. Quando dá a hora do fim da aula o pessoal levanta e vai embora, independente se o professor acabou a aula ou não (já aconteceu 2 vezes da galera sair sem o professor acabar a aula) e o professor não se vinga. Enfim, acontece tudo do jeito que devia ser.

Achei estranho quando vi que aqui na UPV é permitida a venda de cerveja e é bem normal você ver o pessoal bebendo no almoço (no R.U. daqui) ou nos intervalos entre as aulas. Achei mais estranho ainda quando vi que o pessoal não abusa disso de jeito nenhum. Já na UFC, que a venda e o consumo (creio eu) são proibidos, aqui e acolá tem um grupo de alunos bebendo com o som do carro ligado na alturas atrapalhando quem quer trabalhar.

Aqui é cheio de Emo. Nunca tive muito problema com emo chorando pelos cantos, mas emo chorando pelos cantos em espanhol é um tanto mais desagradável. Além disso algumas pessoas tem uns habitos estranhos de sentar debaixo do sol e ficar deitar no gramado... Eu acho isso meio hippie, mas não me incomoda.

Nessa época do ano, transição do verão para o outono (não sei quando é o que ainda, só sei que tá ficando mais frio), aqui anoitece umas 8-9 horas. Foi um pouco dificil se acostumar com isso, por que em Fortaleza é bem comum resolver as coisas (ir no supermercado, por exemplo) quando anoitece. Aqui quando anoitece já tá tudo fechando. Um detalhe importante, aqui supermercado fecha no domingo. Outro detalhe importante, aqui o sol nasce umas 7-8 horas. Ou seja, quando eu acordo pra ir pra aula, ainda tá escuro.

O R.U. daqui é de primeira. É o lugar que vende a Paella mais barata da cidade. Aqui você escolhe um primeiro prato (dentre 3 opções, geralmente algo tipo paella, fideua, lasanha ou salada), um segundo prato (também dentre 3 opções, geralmente carne, peixe ou um negócio ruim de frango, acompanhando batata frita) e a sobremesa (frutas, sorvete ou alguma sobremesa "caseira"). A comida é boa, mas ainda não é a comida de casa. Se alguem puder mandar feijão pra cá eu agradeço.

Algumas observações finais para vocês ficarem a par da realidade social, cultural e econômica daqui:

- Vai ter jogo do Shevchenko aqui em Valencia no dia 3 de outubro. \o/

- Torcer pelo touro em uma tourada não é algo bem visto pelos populares.

- Tem um refresco típico valenciano chamado Orchata (ou Orxata, não sei bem). É feito de um cereal com água e toneladas de açúcar. Tem gosto de caldo-de-cana misturado com sorvete do McDonalds. Dá pra comer o cereal puro também.

- Tem uma receita típica valenciana chamada 'Arroz Negro'. É um risoto feito com tinta de lula. Infelizmente não provei ainda.

- Paella Valenciana não é feita com frutos do mar, é feita com coelho e frango (não tenho 100% de certeza sobre o frango ainda).

- Os policiais na rua não usam armas de fogo, só os bons e velhos porrete e algemas. Não sei se isso é bom ou ruim. Se o ladrão não responder à voz de prisão, ele faz o que? Joga o porrete no ladrão? Grita denovo?

- Aparentemente, ninguém grita "Olé!" nas touradas.

- A UPV tem um lugar especialmente feito pros alunos matarem aula chamado "Casa do Aluno" (onde estou agora). O lugar tem vários sofás, televisão, comida barata, computadores com internet, mesa de sinuca e totó e é perto do campo de futebol e a piscina. O impressionante é que mesmo assim as salas são lotadas...

- O PlayStation 3 aqui é 600€. Se alguém quiser encomendar, tô cobrando uma comissão de 5%, mais impostos.

- Falando em impostos, tudo que você compra ou contrata por aqui tem um imposto em cima chamado de IVA. Não faço ideia do que essa sigla significa.

- Voltando da UPV no metro você vê que as palavras 'Europa' e 'banho', definitivamente, não combinam.

- Praticamente ninguém fala Valenciano, o dialeto do povo de Valencia. Entretanto a maioria dos nomes das ruas, estações de metro, atrações turísticas e pixações são em Valenciano. Todo mundo fala Espanhol... Só quem fala valenciano são os mais idosos e os separatistas.

- As novelas daqui são todas no estilo mexicanas... Semana passada o Maximiliano casou com a secretária dele, mas ele gosta mesmo da Ruiva, que não casou com ele por que tava prometida pro Cabeludo, que só quer roubar o dinheiro dela pra fugir com a Morena de Cabelo Curto, que aparentemente, é a vilã que vai morrer no fim. A Secretária só serve pra ocupar espaço...

- A unica letra no espanhol, creio eu, que recebe o 'til' (~) é o 'N'. Ou seja, os teclados aqui vem com uma tecla pro 'Ñ' e não vem com uma tecla pro '~'. Isso é um porre... O teclado também vem com teclas pro '¿', pro '¡' e outras teclas que eu não sei pra que serve.

- Os valencianos acham que quem matou a Thaís foi o Olavo. Eu ainda acho que foi o Renan Calheiros ou a Odete Roitman.

- As crianças valencianas param de chorar quando os pais mandam. Eu quero que meu filho seja valenciano...

Bem, "não lembro de ter esquecido nada" (sic).
Até a proxima...

PS.: Agradeço as mensagens de todos desejando boa viagem e tudo mais. Não respondi todos ainda mas em breve responderei todas as mensagens enviadas via e-mail, orkut, MSN, pombos-correio e sinais de fumaça.